As redes sociais e os mecanismos de busca concorrem pela nossa atenção. Interagimos com amigos e páginas, assim como estamos o tempo todo buscando informações e conteúdo nos buscadores. Para falar a verdade, o que sempre buscamos na Internet, além da interação social, é conteúdo, que pode estar em forma de texto, vídeo, imagem, produto, etc. Enquanto o SEO (search engine optimization) é o trabalho de fazer com que sites e páginas fiquem mais bem posicionados nos buscadores, a gestão das redes sociais garante a presença de marcas e pessoas em plataformas como Facebook, Twitter, Instagram e, mais recentemente, até mesmo o WhatsApp – cujo impacto pôde ser observado nas últimas eleições na campanha do candidato Aécio Neves.
Fatores de rankeamento nos mecanismos de busca
Profissionais de SEO, no Brasil e mundo afora, discutem regularmente quais são os fatores de rankeamento nos mecanismos de busca. Esses fatores de rankeamento são elementos que serão encontrados fora e dentro do site que impactarão na posição em que os sites irão aparecer nos resultados de busca. Dentre os fatores de rankeamento, a influência das redes sociais é um dos mais misteriosos de todos eles. Alguns profissionais dizem que é um fator de rankeamento, enquanto outros negam a sua influência, e assim se expande o enigma.
Antes de responder à pergunta, precisamos entender um pouco melhor a maneira que funciona um mecanismo de busca. Dito de maneira simplificada, ele é um software que vai navegando por todas as páginas da web (função de “crawler”) e salva tudo em uma base de dados (“index”), de maneira organizada e classificada; assim, quando realizamos uma busca, os resultados são classificados baseados nesses critérios, sendo que cada um tem um peso maior ou menor. Os mecanismos precisam para a maior parte dos critérios comparar grandezas equivalentes em cada um dos sites.
Para manter uma equiparidade e justa concorrência entre todos eles, é preciso deste modo que o “crawler” possa ter acesso às mesmas informações de cada um dos sites. Um exemplo de equiparidade: os mecanismos de busca podem avaliar a URL de um site, mas dificilmente avaliariam o Google Analytics de um site específico, pois pode ocorrer que nem todos eles tenham. Entretanto, é sabido que o Google Chrome envia informações de navegação – deste modo, é possível que os critérios de navegação sejam levados, sim, em conta. Afinal de contas, embora nem todos utilizem o Chrome como navegador, há estatística suficiente da maioria dos sites.
Google não possui controle sobre redes sociais
O uso das redes sociais como critério de posicionamento levanta alguns problemas e que dificultam seu uso como critério de posicionamento. O primeiro deles é que nem todos os sites possuem canal nas redes sociais, ou o algoritmo não seria capaz de identificar os seus respectivos canais de maneira tão precisa. Além do mais, nem sempre estar numa rede social é sinal de qualidade realmente.
Outro problema é que, como sabem os profissionais que trabalham com SEO, o Google aplica punições a sites que utilizam técnicas para manipular os resultados – também conhecidas como “SEO Black Hat”. Dentre as técnicas manipulativas que nos são pertinentes nesta análise está a compra de links, que podem influenciar um site pior que outro a estar mais bem posicionado. Reparem que, principalmente no Facebook, é possível tanto comprar fãs quanto comprar “likes” em postagens.
O número de fãs e de “likes”, assim como o de “shares”, é em resumo o único dado público que poderia ser levado em conta pelos buscadores. Porém, esses são números que possuem uma grande facilidade de serem manipulados através dos anúncios de Facebook Ads, o que nos leva a concluir que são critérios pouco confiáveis de serem avaliados pelos mecanismos de busca.
Há, ainda, o Google+, a rede social criada pelo gigante das buscas. Houve declarações da própria Google que as informações de uso em sua plataforma poderiam ser usadas nas classificação dos sites. É possível que ela tenha sim algum impacto, provavelmente muito pequeno entretanto.
Conteúdo é o centro & Impactos indiretos de redes sociais
Relembro o que disse no começo deste artigo: o que sempre buscamos na Internet, além da interação social, é conteúdo, que pode estar em forma de texto, vídeo, imagem, produto, etc. Embora as redes sociais não devam influenciar em quase nada ou muito pouco os resultados orgânicos, podemos olhar por uma outra ótica – a do conteúdo – e concluir que ambas as estratégias devam estar em sintonia.
À medida que o trabalho de SEO, que é muito baseado em inteligência, traz uma série de informações sobre o consumo de conteúdo na Web, pode ser de grande valia para compreender o interesse do público-alvo. Deste modo, um conteúdo bem feito e que siga os princípios de SEO, pode ser excelente para gerar buzz, interesse e alcance nas redes sociais. Assim, à medida que uma marca tem maior alcance e awareness nas redes sociais, será de grande contribuição para que a empresa de SEO possa conseguir, por exemplo, mais links dentro das diretrizes do Google e sem gerar punições.
Conclusão
Como pudemos observar, as redes sociais não impactam diretamente no trabalho de SEO. Entretanto, como ambos os canais são fortemente influenciados pela qualidade do conteúdo é estrategicamente importante para as empresas que ambos estejam sendo trabalhados em sintonia. Na medida em ambos os trabalhos estarão pautados, em última análise, para fortalecer uma marca e gerar mais vendas, devem se ajudar multuamente com informações, insights e estratégias. Não há impacto das redes sociais em SEO, mas uma retroalimentação.
Autor
Diego Ivo é CEO da Conversion, empresa especializada em SEO. Possui mais de uma década de experiência no mercado digital e é um dos principais experts no Brasil. Fundou a Conversion em 2011, empresa que tem clientes como Bayer, Brastemp, Consul, Multishow, Staples e Serasa Experian, entre outros. Também é palestrante e já apresentou-se em diversos eventos de marketing e e-commerce, nos quais passou ao mercado conhecimento sobre as melhores práticas de posicionamento na Internet. Acompanhe no Twitter @diegoivo
Redes sociais geram impacto em SEO?